Secretaria de Obras Públicas tem 60% dos cargos diretivos ocupados por mulheres
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Pela primeira vez, a Secretaria de Obras Públicas do Rio Grande do Sul é comandada por uma mulher. Desde o início do ano, Izabel Matte está a frente de uma pasta com grande presença feminina: são 60% dos cargos diretivos.
Foram mais de 130 anos só contando com secretários homens. Atualmente, além de Izabel e da secretária-adjunta Zilá Breitenbach, a chefia de gabinete, a assessoria de comunicação social e cinco dos seis departamentos têm mulheres à frente.
Ou seja, dos 15 principais cargos da Secretaria, nove estão em mãos femininas. Elas também estão à frente de algumas das divisões e Coordenadorias Regionais de Obras Públicas. São mulheres que fazem as obras gaúchas se tornarem realidade. Hoje, todas as ações da Secretaria têm algum toque feminino. Elas estão em todos os corredores e salas e, principalmente, em todas as decisões tomadas.
Liderança feminina e negra
Engenheira civil, a diretora de Regionais e Fiscalização, Josi Beatriz Viegas Cunha, entrou em um mundo bastante masculino. Há 30 anos, quando se formou na faculdade, praticamente não havia mulheres na profissão – especialmente mulheres negras.
O cenário hoje é diferente, garante Josi. “Ainda é um universo masculino, mas com outras posturas, outros olhares”, diz. Ao redor dela, muitas mulheres estão trabalhando, inclusive mulheres negras. Os desafios ainda permanecem, no entanto. “Temos muito a discutir ainda, as violências, as diferenças salariais, nossas especificidades como mãe, como profissional”, pontua Josi.
Para ela, é importante ter um governo com uma nova visão para a Secretaria. “O governador traz no discurso que quer essa representatividade, esse olhar feminino, essa potência que as mulheres têm”, explica. Mas garante: ela, a secretária e todas as mulheres que fazem a Secretaria estão lá por um motivo: são qualificadas.
Presença feminina traz segurança
Para a diretora do Departamento de Projetos em Prédios Diversos, Lívia Berghetti Dantas, ter uma liderança feminina é inspirador e dá segurança. “O respaldo de ter uma mulher à frente da secretaria me deixa mais tranquila em relação a qualquer receio que a gente poderia ter de ser aceita e escutada no nosso trabalho”, afirma.
Lívia está na SOP desde 2014 e sempre conviveu com várias mulheres. Para ela, o mais importante, porém, é ter segurança no que faz. “Obras podem ser lideradas por homens e por mulheres, desde que sejam pessoas que tenham profissionalismo, convicção e conhecimento técnico”, completa.
Texto: Ariel Engster