Estado investe R$ 1,5 milhão no restauro do Museu da Brigada Militar
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Um dos mais antigos prédios da Brigada Militar passa por um grande processo de restauro. Localizado na Avenida Aparício Borges, 2001, no bairro Partenon, em Porto Alegre, o local que originalmente abrigou o Museu da BM terá investimentos de R$ 1,5 milhão para a recuperação do espaço de 320 metros quadrados de área. O projeto prevê a recuperação da elétrica, da parte hidrossanitária, de prevenção contra incêndio e climatização e fiscalização da 1ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP), da Secretaria de Obras Públicas (SOP).
Serviços como a retirada de rebocos e limpeza das paredes já são executados pela Construtora Costamar Ltda e tem duração prevista de 240 dias. Situado ao lado dos prédios onde funciona a Academia de Polícia Militar, a edificação, de 1910, serviu como Linha de Tiro — local onde ocorreram treinamentos para a tropa com o manuseio e técnicas de uso das armas. Além do imóvel de alvenaria, com janelas de madeira, há um alpendre na área dos fundos e que será coberto no restauro.
Em 1985, o prédio foi transformado em museu, e a instalação oficial ocorreu em 13 de março de 1987. Três anos depois, em 1990, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e passou a abrigar acervos históricos da Brigada Militar. Desocupado desde 2001, por problemas de infiltração, o prédio passou por diversas tentativas de recuperação da área, mas não avançou. O acervo foi, então, levado para a Rua dos Andradas, nº 498, atualmente prédio “B”, onde permanece até a presente data.
“É muito importante executarmos obras aguardadas há anos, como é o caso do Museu da BM. A integração e a articulação com a Secretaria de Segurança Pública e com a Brigada Militar são fundamentais para devolver um equipamento público de grande importância histórica para a sociedade gaúcha”, destaca a secretária de Obras Públicas, Izabel Matte.
“Enquanto instituição que caminha para o bicentenário, a Brigada Militar se orgulha em ter uma identidade consolidada. Ações de preservação e estruturação dessa história, mais do que bem-vindas, são necessárias. Elas resgatam os 186 anos de prestação de serviços à população gaúcha, nos lembram daquilo que nos distingue e reforçam o caminho e os feitos que nos fizeram chegar até aqui”, afirma o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli.
Após a conclusão dos serviços, o objetivo é manter os dois imóveis em funcionamento, já que o acervo se expandiu. No prédio localizado na Rua dos Andradas, ficam os documentos, área para pesquisa e salão de exposições. No prédio que está em obras ficarão expostos armas e equipamentos pesados antigos, a exemplo do canhão Whitworth (modelo 1863), utilizado na Revolução Federalista, além dos fardamentos históricos, medalhas, premiações esportivas, lanças do período Farroupilha e uma das escrivaninhas que pertenceu ao general Bento Gonçalves. A restauração da mobília está a cargo da Associação dos Amigos do Museu da BM.
Outras relíquias são a coleção completa das Revistas do Globo, com 1.100 edições impressas no período entre 1929 e 1967, os livros manuscritos de detalhes e assentamentos de oficiais e praças da Brigada Militar (1866 a 1957), Boletins Gerais e documentos dos séculos XIX e XX.